Uma pesquisa com 1.500 executivos paulistanos revelou que 72% estão no "estágio de perigo". Vivem um nível de estresse que pode desembocar no aparecimento de uma ou mais doenças. Outros 6% estariam no "estágio de exaustão", já foram ou continuam sendo vítimas de enfermidades como infarto do miocárdio, derrame e úlceras do estômago.
Nesse último grupo estão os mais ferrenhos workaholic, como são conhecidos os dependentes em trabalho. Eles e uma parte dos que estão no 'estágio de perigo' sofrem da síndrome que os especialistas abrasileiraram para 'workholismo'. Trata-se da irmã mais velha de outra agora apelidada de síndrome do lazer.
A pesquisa foi feita pelos psicólogos Esdras Guerreiro Vasconcellos, Rachel Zausner Skarbnik, Édela Aparecida Nicoletti e Sámia Aguiar Brandão. Vasconcellos, professor da USP e da PUC de São Paulo e diretor do Instituto Paulista de Stress, diz que o resultado da pesquisa, com alguma variação, pode ser estendido para toda a população adulta das grandes cidades. Os números estarão no livro 'Deus e o Diabo na Vida dos Executivos', em elaboração.
A síndrome do 'workholismo' é mais frequente entre os executivos. Segundo Vasconcellos, os sintomas costumam aparecer no início das férias, nos finais de semana e em festas de fim de ano. Os mais comuns são insônia, taquicardias, crises alérgicas, gastrites e a ocorrência de acidentes banais que não acontecem durante o trabalho. Ou ainda irritabilidade, nervosismo, isolamento, depressão e até sensação de perseguição.
Justamente por não ter lazer, essas pessoas não conseguem recuperar suas energias, e um estresse passa a se sobrepor ao outro. O passo seguinte é a doença.
O trabalhador compulsivo começa a passar mal assim que sabe que vai desacelerar, observa o psiquiatra Alfredo Toscano Júnior, da Unidade de Dependência de Drogas (Uded) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Para essas pessoas, a tentativa de programar as férias, lendo os livros que não leu ou vendo os filmes que não viu, acaba resultando em frustração. 'Para alguns, o trabalho pode ser um buraco de avestruz', diz Toscano -uma maneira de escapar a problemas afetivos ou familiares.
Ele conhece médicos que passaram a dormir nos consultórios e executivos que não foram à festa de 15 anos do filho porque estavam em reunião. 'Com esses, é necessário discutir outras possibilidades de satisfação', diz.
Nas noites de quarta-feira, muitas das almofadas da sala de meditação do Ibraphema, um instituto de pesquisas holísticas em medicina de São Paulo, são tomadas por profissionais que trabalham sob estresse. 'A meditação é uma das melhores práticas para se quebrar o ciclo do estresse', diz o médico Jou Eel Jia, que dirige o instituto. Ao som de mantras, os participantes fazem exercícios para 'não pensar em nada'.
Os outros recursos citados por Jou contra o estresse são uma correta alimentação, exercícios físicos e a acupuntura. 'Algumas pessoas se tornam dependentes dos hormônios produzidos pelo estresse', diz o médico.
Boa parte dos alunos que procuram a 'academia do Incor', na avenida Paulista e na Cidade Universitária, também está querendo desacelerar. A Unidade Fitness Paulista e a Unidade Fitness USP funcionam numa parceria entre a Faculdade de Educação Física da USP e o Instituto do Coração.
Nesse último grupo estão os mais ferrenhos workaholic, como são conhecidos os dependentes em trabalho. Eles e uma parte dos que estão no 'estágio de perigo' sofrem da síndrome que os especialistas abrasileiraram para 'workholismo'. Trata-se da irmã mais velha de outra agora apelidada de síndrome do lazer.
A pesquisa foi feita pelos psicólogos Esdras Guerreiro Vasconcellos, Rachel Zausner Skarbnik, Édela Aparecida Nicoletti e Sámia Aguiar Brandão. Vasconcellos, professor da USP e da PUC de São Paulo e diretor do Instituto Paulista de Stress, diz que o resultado da pesquisa, com alguma variação, pode ser estendido para toda a população adulta das grandes cidades. Os números estarão no livro 'Deus e o Diabo na Vida dos Executivos', em elaboração.
A síndrome do 'workholismo' é mais frequente entre os executivos. Segundo Vasconcellos, os sintomas costumam aparecer no início das férias, nos finais de semana e em festas de fim de ano. Os mais comuns são insônia, taquicardias, crises alérgicas, gastrites e a ocorrência de acidentes banais que não acontecem durante o trabalho. Ou ainda irritabilidade, nervosismo, isolamento, depressão e até sensação de perseguição.
Justamente por não ter lazer, essas pessoas não conseguem recuperar suas energias, e um estresse passa a se sobrepor ao outro. O passo seguinte é a doença.
O trabalhador compulsivo começa a passar mal assim que sabe que vai desacelerar, observa o psiquiatra Alfredo Toscano Júnior, da Unidade de Dependência de Drogas (Uded) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Para essas pessoas, a tentativa de programar as férias, lendo os livros que não leu ou vendo os filmes que não viu, acaba resultando em frustração. 'Para alguns, o trabalho pode ser um buraco de avestruz', diz Toscano -uma maneira de escapar a problemas afetivos ou familiares.
Ele conhece médicos que passaram a dormir nos consultórios e executivos que não foram à festa de 15 anos do filho porque estavam em reunião. 'Com esses, é necessário discutir outras possibilidades de satisfação', diz.
Nas noites de quarta-feira, muitas das almofadas da sala de meditação do Ibraphema, um instituto de pesquisas holísticas em medicina de São Paulo, são tomadas por profissionais que trabalham sob estresse. 'A meditação é uma das melhores práticas para se quebrar o ciclo do estresse', diz o médico Jou Eel Jia, que dirige o instituto. Ao som de mantras, os participantes fazem exercícios para 'não pensar em nada'.
Os outros recursos citados por Jou contra o estresse são uma correta alimentação, exercícios físicos e a acupuntura. 'Algumas pessoas se tornam dependentes dos hormônios produzidos pelo estresse', diz o médico.
Boa parte dos alunos que procuram a 'academia do Incor', na avenida Paulista e na Cidade Universitária, também está querendo desacelerar. A Unidade Fitness Paulista e a Unidade Fitness USP funcionam numa parceria entre a Faculdade de Educação Física da USP e o Instituto do Coração.
Fonte: Folha